O ECHO DA MATTA foi um periódico semanal editado na cidade de Peçanha do final do Século XIX. Seu primeiro número saiu em 20 de setembro de 1891, editado por Rodrigo Theóphilo Gomes Ribeiro e os colaboradores – Edigardo Ribeiro, Simão da Cunha Pereira e Maria Luiza de A. Ribeiro. Foram essas pessoas que redigiram e publicaram aquele jornal pioneiro. Sua existência foi curta, o último número saiu em 1892.
O jornal certamente foi uma grande conquista da época, algo bem além de seu tempo. O nome veio da característica maior do local, uma exuberante e extensa cobertura vegetal pela região. Dela restaram somente resquícios, como o Parque Mãe d’Água, a Mata do Froes e a vegetação que recobre a escarpa de pedras que abraça nossa cidade. Echo seriam sons refletidos pela mata, aquelas notícias geradas na comunidade de então.
Apresentava-se com questões hoje entendidas como de cunho social, quando utilizava a frase atribuída ao grande ideólogo anarquista da história, o filósofo, Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865): “Eles parecem grandes, porque estamos de joelhos. Levantemo-nos.”
Adotou o lema da Revolução francesa de 1789: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que consiste no laço de união entre os homens, fundado na igualdade de direitos de todos os seres humanos livres. Do mesmo modo, precavia-se de eventuais intrigas domésticas com a declaração: “Este semanário nem é fabricante de elogios graciosos, nem açougue de difamações pessoais, só trata de interesses comuns.”
E finalizava, ainda na sua primeira página, uma talvez preocupação do pensamento republicano recém configurado, afirmando: “A Verdade e o Direito – eis a sua divisa.”
Surgiu entre nós, 70eUns conterrâneos, a ideia de ressuscitar O Echo da Matta, trazendo na forma de informações, 130 anos depois, conteúdos sobre nossa cidade de Peçanha, seus filhos e os acontecimentos do mundo contemporâneo. Temos uma rica história registrada em livros, na nossa memória, ou nas diversas publicações que aconteceram entre nós via whatsapp e resultaram na recente publicação do livro “70 e Uns, Revoadas, Casos e Contos”.
O jornal volta à vida com sua 22ª edição. Em novo formato terá conteúdo digitalizado, periodicidade mensal e distribuição por mídia digital e mídia impressa. Agora, 133 anos depois, ele ressurge com Francisco França como Editor-chefe, Odette Castro e Wilson Oliveira como colaboradores. Em colunas específicas, nas áreas de entretenimento, ambiente e política contaremos com convidados, a exemplo de Antônio Augusto Soares, Juarez Vieira da Silva Filho, Raimundo Nonato Braga, Thiago Rodrigues Leão e Wellington Braga presentes nesta edição.
O lema deste novo ciclo é “pensar sem corrimão”, uma expressão da filósofa política Hannah Arendt (1906-1975), que representa a liberdade de pensamento, não sujeita a imposições ou verdades prontas.
Autores: Antônio Augusto e Editores
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